segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

COMUNIDADE QUILOMBOLA EM SERGIPE


O jornal “Correio Sergipense”, Aracaju, registra: Ninguém ousava viajar senão escoltado com muitas pessoas armadas. A “Gazeta de Aracaju”, véspera da Republica, escreve, sem ser contestado, que Sergipe é “Terra onde o escândalo é recebido entre aplausos fogosos”. (FIGUEIREDO, 2001 p.226)

Durante o período do século XIX, Sergipe vive um momento de grande turbulência político-social em virtude do exaustivo sistema escravatório.

Um reflexo disso eram as manchetes dos jornais da Capital, Aracaju, que vinculavam a insegurança por parte dos proprietários rurais e autoridades, onde os mesmos eram escoltados por pessoas armadas que garantiam a sua segurança pessoal e de suas terras.

A causa dessa insegurança é decorrente da grande massa de escravos que se rebelaram contra o regime escravista, se deslocando, para o litoral e sertão, formando territórios independentes.

Os negros passam a ganhar forças e a serem temidos, pelos proprietários rurais e autoridades, causando uma preocupação ao ponto dos civis e soldados se mobilizarem, também, contra os quilombos. Uma mostra dessa força foi o quilombola João Mulungu, que mesmo jovem enfrentava fazendeiros e senhores de engenho ao ameaçar a ocupação de suas terras, vilas e quartéis.

Uma de suas estratégias é a ligação dos quilombos a senzalas, de onde extraíam informações, como também, suprimentos para o seu sustento.

Mas com a chegada da crise econômica, que era sustentada pela cana-de-açúcar (financiada pelos comerciantes que delegava o preço do açúcar), passou-se a plantar algodão, devido ao aumento das dívidas dos senhores de engenho, que vieram a cooperar com a fuga dos escravos. À medida que as fugas se multiplicavam, as perseguições cresciam proporcionalmente e cada vez mais impiedosa.

Com a queda do Império surge a República trazendo problemas como a infâmia do trabalho escravo (Império) e também diversos outros.

A República surgiu institucionalizando também o preconceito contra o negro, sendo desumano com os pobres de um modo geral, não dando condições melhores de vida, onde muitos negros em Sergipe que não puderam criar suas raízes no Estado vão engrossar a população de Canudos, heróica resistência camponesa que, no sertão baiano, lutou contra a injustiça e a fome. Com a terra, a riqueza e o poder nas mãos de poucos, essa República, foi tudo, menos democrática.

(Autora: Sebastião, Juliadna dos Santos. Zefa da Guia: Um vídeo reportagem sobre a parteira quilombola. Monografia (graduação) – Universidade Tiradentes, 2007. )

Um comentário:

  1. procuro uma criançpa chamada adeildes vidal dos santos a mae dela esta aprocura

    ResponderExcluir